sábado, 28 de maio de 2011



 "Quem acredita sempre alcança"
Renato Russo

Estou cansado


Me alegro em poder usar este espaço para externar aquilo que penso. Sinto que contribuo mais um pouco todas as vezes que tento apontar os desmandos do poder e o descaso com que somos tratados. Fico entusiasmado com cada palavra de apoio que recebo daqueles que compartilham das minhas ideias e ideais. Mas confesso: Estou cansado!
Cansado de ver os mesmos erros se  repetindo e as "boas práticas"se extinguindo. Cansado de ver que a igreja que prega o perdão condena a tudo, ou quase tudo, sem sequer dialogar. Não aguento mais ver pessoas pedindo esmolas e vivendo de migalhas, e o que é pior, contentando-se com elas. Estou cansado de tanta hipocrisia e falsa moralidade, que faz com que tanta gente se torne referência moral e ética.
Não acho que esteja correndo na direção contrária. Não entendo. Lutamos tanto pela democracia, mas parece que ainda não nos rendemos à ela. Não soltamos as amarras, não quebramos as correntes, e continuamos permissivos à política do medo. 
Pois é, estou cansado!
Cansado, mas não a ponto de desistir ou desanimar. Não pergunto-me: Será? Sei que vamos conseguir vencer. Estou certo de que somos capazes, depende, unicamente, de nós e espero que, uma a um, comecemos a unir forças na construção de uma sociedade melhor. Jamais desistirei e sei que, igual a mim, outros também não desistirão e, juntos, promoveremos uma mudança de fato.
Unidos venceremos... A união faz a força... Juntos somos fortes... São frases que eu acredito. 
Admito estar cansado, mas nada que um cigarro e uma postagem não resolvam.

terça-feira, 24 de maio de 2011



Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo.
Mahatma Gandhi

Parabéns Vereadores!


Eu gostaria de paradenizar a Câmara de Vereadores de Belo Jardim pela demonstração de CORAGEM, COERÊNCIA E HONESTIDADE que expuseram na semana passada, votando favoravelmente às contas do ex- prefeito, Cecílio Galvão. Apesar do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) dar um parecer a favor da REPROVAÇÃO, os Vereadores entenderam que Cecílio é INOCENTE E HONESTO.

Pois bem, com a aprovação das contas (1997-2000) a Câmara, CORAJOSAMENTE, mostra de que lado realmente está, e quais interesses defendem de fato. Não há dúvidas que o poder legislativo agiu com COERÊNCIA, afinal o que podemos esperar de um poder que teme o executivo? O que podemos esperar de Vereadores que fazem de suas reuniões uma roda de conversa de esquina, pautada por fofocas e picuinhas divulgadas por blogs da cidade? Como podemos acreditar em um órgão fiscalizador que, sequer, presta contas dos seus gastos? Tamanha é sua competência que estão sem espaço, pois na Casa Custódio Ferreira o teto caiu, e caiu de podre, por falta de reparos, por descaso. Estas pessoas não poderiam agir diferente!

Diante deste acontecimento, o que mais me chamou atenção foi o fato de Cecílio ter sido elogiado por "opositores", todos aqueles que diziam temer o seu retorno à administração do município por ele ter sido ruim, desonesto, caloteiro, etc... também votaram favoráveis, e na hora "H" a metralhadora cuspiu flores, se derretendo pelo garoto e se colocou como indigno para julgá-lo.

Não podemos dizer que nossos Vereadores não estão sendo HONESTOS com o povo. Eles provam, a cada dia, que não estão preocupados com a cidade, que não querem saber como está a vida dos belojardinenses, e que só se preocupam com o próprio umbigo. Cabe a nós aceitar os fatos e MUDAR.

Não é justo que continuemos assistindo todos esses desmandos, que desrespeitam a sociedade e atrasam ainda mais nossa cidade. 
Basta, eu quero um Belo Jardim melhor!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Do Blog Alfinetes e Bombons : Incongruências








A Câmara de vereadores de Belo Jardim, nos dias 17 e 19 de maio, aprovou as contas do ex-prefeito Cecílio Galvão, relativas aos anos de 1997 e 2000, respectivamente. Na primeira reunião, apenas o Presidente da Casa, Zé Lopes, decidiu seguir a opinião do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que apontou para rejeição das contas, e na segunda, o mesmo continuou com a posição do órgão (maior) e foi acompanhado pelo vereador Zé Pereira. Coerência? Só o tempo dirá!

Vamos ver como é que isso funciona:

É responsabilidade dos/as vereadores/as FISCALIZAR e CONTROLAR as contas públicas municipais. Entretanto nem sempre @s representantes do Poder Legislativo (Vereador@s) estão capacitados tecnicamente para analisar esse tipo de documento que é apresentado pelo Poder Executivo (Prefeito), foi por esse motivo que a Constituição Federal criou o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO, órgão composto por: técnicos contábeis, auditores, advogados, especialistas em finanças publicas... e encarregado de fazer, com MAIS PROPRIEDADE a análise desse tipo de contas. Analisam minunciosamente cada item, comparam, investigam e a partir daí emitem um parecer (técnico) prévio, aprovando ou rejeitando tais prestações de contas. O parecer nada mais é do que um relatório apontando os erros e opinando pela a aprovação ou rejeição. Os tais pareceres são encaminhados para as Câmaras Municipais, para que elas possam JULGAR, e nesse julgamento, podem seguir ou não a opinião do TCE, no entanto, se faz necessário 2/3 dos votos para que isso de fato aconteça.

Agora, percebam a contradição: "Considerando que o TCE é o órgão superior em ANÁLISE das prestações de contas das prefeituras, é sem sentido os vereadores contrariarem uma decisão desse tribunal." O que leva um vereador, uma vereadora agir assim? Pense nisso!


Quando a Câmara Municipal, age com responsabilidade, com coerência e segue as orientações do TCE mantendo a rejeição desse tipo de contas públicas, há uma série de consequências para a pessoa/político que está sendo julgado.

Ele pode ter que pagar multas; devolver dinheiro quando há prejuízos aos cofres públicos e poderá ficar inelegível. Lembram da história das fichas sujas né? Todos os pareceres do TCE, além de encaminhado às Câmaras são também encaminhados ao Tribunal regional Eleitoral e isso pode causar uma grande dor de cabeça para os políticos nas eleições seguintes.

Só que nenhum dos itens acima têm relevância para ess@s vereador@s, o que está em jogo de fato, não está previsto na lei. É a questão do vereador que votar a favor do parecer do Tribunal, ter a sua própria eleição prejudicada por falta de dinheiro ou pela perseguição de quem teve as contas rejeitadas. Simples assim!


Isso fica muito claro pra nós, dado os acontecimentos na eleição de 2010, vocês lembram os motivos do rompimento do grupo dos cinco vereadores com o Líder Cintra Galvão né? Não aceitavam Cecílio Galvão na disputa, diziam eles que não tinham argumento para defender uma candidatura de uma pessoa que, além de ter feito uma péssima administração tinha suas contas todas rejeitadas pelo Tribunal de Contas. E com esse mote, distribuíram panfletos, DVDs, foi tema dos discursos inflamados em palanques ... Não é que, dos cinco, apenas um manteve o seu discurso de campanha! Os outros depois de muito estudo (risos) chegaram a conclusão de que o Tribunal de Contas não sabe de nada!
Ele pode ter que pagar multas; devolver dinheiro quando há prejuízos aos cofres públicos e poderá ficar inelegível. Lembram da história das fichas sujas né? Todos os pareceres do TCE, além de encaminhado às Câmaras são também encaminhados ao Tribunal regional Eleitoral e isso pode causar uma grande dor de cabeça para os políticos nas eleições seguintes.

Só que nenhum dos itens acima têm relevância para ess@s vereador@s, o que está em jogo de fato, não está previsto na lei. É a questão do vereador que votar a favor do parecer do Tribunal, ter a sua própria eleição prejudicada por falta de dinheiro ou pela perseguição de quem teve as contas rejeitadas. Simples assim!


Isso fica muito claro pra nós, dado os acontecimentos na eleição de 2010, vocês lembram os motivos do rompimento do grupo dos cinco vereadores com o Líder Cintra Galvão né? Não aceitavam Cecílio Galvão na disputa, diziam eles que não tinham argumento para defender uma candidatura de uma pessoa que, além de ter feito uma péssima administração tinha suas contas todas rejeitadas pelo Tribunal de Contas. E com esse mote, distribuíram panfletos, DVDs, foi tema dos discursos inflamados em palanques ... Não é que, dos cinco, apenas um manteve o seu discurso de campanha! Os outros depois de muito estudo (risos) chegaram a conclusão de que o Tribunal de Contas não sabe de nada!
Ele pode ter que pagar multas; devolver dinheiro quando há prejuízos aos cofres públicos e poderá ficar inelegível. Lembram da história das fichas sujas né? Todos os pareceres do TCE, além de encaminhado às Câmaras são também encaminhados ao Tribunal regional Eleitoral e isso pode causar uma grande dor de cabeça para os políticos nas eleições seguintes.

Só que nenhum dos itens acima têm relevância para ess@s vereador@s, o que está em jogo de fato, não está previsto na lei. É a questão do vereador que votar a favor do parecer do Tribunal, ter a sua própria eleição prejudicada por falta de dinheiro ou pela perseguição de quem teve as contas rejeitadas. Simples assim!


Isso fica muito claro pra nós, dado os acontecimentos na eleição de 2010, vocês lembram os motivos do rompimento do grupo dos cinco vereadores com o Líder Cintra Galvão né? Não aceitavam Cecílio Galvão na disputa, diziam eles que não tinham argumento para defender uma candidatura de uma pessoa que, além de ter feito uma péssima administração tinha suas contas todas rejeitadas pelo Tribunal de Contas. E com esse mote, distribuíram panfletos, DVDs, foi tema dos discursos inflamados em palanques ... Não é que, dos cinco, apenas um manteve o seu discurso de campanha! Os outros depois de muito estudo (risos) chegaram a conclusão de que o Tribunal de Contas não sabe de nada!
Por sua vez, os cinco vereadores que já eram da oposição, sustentavam o mesmo mote, na defesa de seu candidato e no combate a candidatura de Cecílio. Nos dias 17 e 19/05 (depois de muitas noites sem dormir, estudando os erros do Tribunal) por unanimidade decidiram que o TCE não sabe de nada e que Cecílio é um homem íntegro.

Na próxima semana tem mais, as contas do ex-prefeito João Mendonça estarão na mesa! Alguém tem dúvidas que o Tribunal de Contas vai estar errado mais uma vez?

Essa unanimidade (quase) me cheira a acordo de bastidores, posso até estar enganada, mas isso, só o tempo dirá!

E não estou aqui condenando ou querendo condenar Cecílio, João ... fulano... Apenas mostrando a minha indignação com as incongruências. Com o jogo de interesses pessoais que sempre prevalecem em detrimento dos interesses coletivos.

Em 2010 os interesses eram outros, e, portanto, era preciso atirar pedras. Cecílio, não poderia estar na disputa porque não era um homem de bem, com atestado e tudo do TCE, e hoje cerca de 6(seis) meses depois, sem que houvesse nenhuma alteração nos tais pareceres ele passa a ser um homem íntegro! Pois é, 2012 vem ai, é preciso dinheiro (muito) e apoio das lideranças políticas com o objetivo de garantir a reeleição de cada um, cada uma, dessa Casa Legislativa. "É a luta pela famosaboquinha"

A pisadinha será essa, se a gente deixar claro. E não precisa ser vidente pra entender todos os desmando da atual gestão acontecem porque eles todos sabem que o TCE é um órgão de FIGURAÇÃO, quem 
 vai julgar mesmo, como manda a lei SÃO OS SENHORES VEREADORES, AS SENHORAS VEREADORAS. E com ess@s... Não têm argumentos técnicos de TCE que resista.

O que é mais fácil, acabar com o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO ou votar em pessoas que realmente tenham compromisso com projetos políticos coletivos e não pessoais? Você decide o caminho mais fácil, o que realmente está em nossas mãos!



quarta-feira, 18 de maio de 2011








Moção de Apoio:

                O Partido dos Trabalhadores, através do seu Diretório Municipal, vem a público manifestar o seu irrestrito apoio aos trabalhadr@s em educação do município, que estão em greve há mais de 30 dias, por entender que a luta por melhores condições de trabalho e pela qualidade social da educação pública é legitima.
            Nós do PT, entendemos que a deflagração de uma greve é o último recurso usado na luta por melhores condições de trabalho, e lamentamos que o Prefeito, bem como o Secretário de Educação, ao invés de buscarem o diálogo com a categoria no que se refere cumprir um acordo que foi feito há um (o1) ano, preferiram recorrer ao Poder Judiciário como forma de intimidar @s educador@s.
            O canal de diálogo deveria ter sido aberto pelo Poder Executivo, reconhecendo na prática, o direito constitucional à livre associação sindical e consequentemente o direito de negociar às suas condições de trabalho e perspectiva de carreira para o funcionamento permanente da educação pública.
            Recorrer a decisões judiciárias contra o movimento sindical, lamentavelmente, representa o autoritarismo da prefeitura contra os trabalhadores, e, não comparecer a uma audiência de conciliação convocada pela justiça, essa provocada por ela, mostra claramente o descaso com os outros poderes constituídos da cidade.
            O nosso apoio se fundamenta na questão legal para com o cumprimento da Lei do Piso Nacional do Magistério, que deve sim ser garantida.
            Para o PT, somente mobilizad@s e organizad@s @s trabalhador@s em educação poderão colaborar na construção de uma escola pública, gratuita e de qualidade para tod@s e em todos os níveis.
Á luta companheir@s!

Bruno Galvão
Presidente do Diretório Municipal
Belo Jardim - PE

quarta-feira, 11 de maio de 2011



"Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida..."

Bob Marley

30 anos sem Marley

CHAMANDO A ATENÇÃO






O tema que vem sendo mais discutido em nossa cidade é uma possível união entre Moacyr Cintra, que lidera uma grande equipe em sua empresa, e João Mendonça, ex-Prefeito de Belo Jardim que marcou sua gestão pela disponibilidade de funcionários. 

O fato é que Moacyr sonha com dia em que seu tio, Cintra Galvão, o abençoe como candidato dele, o que tá difícil de acontecer. E João, deseja ser candidato pelo seu "grupo mãe", mas tá sendo queimado por todo mundo. 
Então os dois seguem fazendo graça e tentando comover seus verdadeiros chefes.

O HERDEIRO DA BOMBA DE OURO.






Com a morte do pai, José Mendonça, cabe a Mendonça filho o papel de "governar" a cidade de Belo Jardim. Embora o prefeito seja o Senhor Marco Antônio, é o Deputado quem manda. Prova disso é a nova estratégia de tentar resgatar a imagem da prefeitura com a nomeação de sua irmã, Andréa, na Secretaria de Cultura do município. Andréa também é a provável candidata do grupo na disputa de 2012. 

A administração atual vem sendo a pior da história da nossa cidade, e a cada dia surge um fato novo desgastando, ainda mais, a figura do prefeito. Mesmo assim, tudo anda conforme a batuta do líder. 
 Cabe, também, a Mendonça, administrar um suposto conflito existente entre a criatura, Marco Antônio, e seu primo, João Mendonça, que finge um rompimento com a gestão, mas se acovarda em tocar no assunto e falar mal, agindo nos bastidores e sorrateiramente por meio de seus capachos. 

Enfim, Belo Jardim está a onze anos sendo governada pelo mesmo grupo, pela mesma família, e pelos mesmos interesses.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Parar o que?




Dando uma olhada nos blogs da cidade, me deparei com uma postagem no blog A voz do povo onde o Vereador Valdemir Cintra diz que vai propor á Câmara a obstrução de projetos vindos do executivo antes que questões como a greve dos professores e o IPTU sejam resolvidas, ou seja, parar a câmara.
Gostaria de saber o que a câmara vem fazendo (ou fez) na atual legislatura? 
Temos um legislativo completamente inoperante, ineficaz, e conivente com todos os desmandos da prefeitura. Se tivéssemos vereadores que, de fato, representassem a vontade do povo o prefeito já estaria fora da prefeitura a muito tempo. Eu não sei que arrumadinho foi esse, mas o ilustre administrador, Marco Antonio, faz o que quer. Os vereadores não tem moral para afrontar o prefeito, já que são relativamente competentes.
Mais uma vez o povo vai sendo feito de palhaço! 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ainda temos chance


A juventude vem sendo, cada vez mais, decisiva em todos os processos importantes na nossa sociedade. Espero que todos nós estejamos unidos em torno de uma proposta que represente os nossos anseios por dias melhores. É possível e está a nosso alcance. Juntos, faremos uma cidade melhor e com mais oportunidades.

Diferenças?


Marco Coca Cola representa a continuidade de um governo iniciado no ano de 2001, com João Mendonça. Ele é apenas o instrumento para a execução de um modelo de governo. Querer a volta de João à prefeitura não significa mudança alguma para a cidade. O que diferencia a administração do ex para o atual prefeito são as pessoas de "confiança".  

Isso é uma vergonha!


Os poderes eletivos de nossa cidade vem deixando sua marca: a imoralidade. É inaceitável a forma como a população é tratada pelos "donos da cidade". A guerra travada entre Governo e "oposição" não tem como objetivo melhorar a vida das pessoas, mas trazem interesses pessoais e atendem ao ego das figuras públicas do município (prefeito, vereadores, secretários). A administração atual é um desastre. O dinheiro do povo está sendo aplicado sabe-se lá onde. Não temos avanço algum e nossa cidade não, só, parou, retrocedeu. 
Mas para quem vê no prefeito um ser abominável e uma criatura que representa um erro, por parte do grupo que o apresentou, veja que os dez vereadores não ficam pra trás. São DEZ "legisladores", que deveriam trabalhar em prol de uma cidade melhor e uma sociedade mais justa, a vergonha maior. Eles são omissos e permissivos à tudo que nossa cidade está passando. Devem ser, igualmente, penalizados pela população, que deve analisar melhor, antes de acreditar em quem bate à sua porta distribuindo abraços e outras coisas mais. Como vemos, são quatro anos que valem por uma vida toda.  

domingo, 1 de maio de 2011

Reforma Política, mas não a qualquer custo




A Reforma Política é uma oportunidade importante de aperfeiçoamento das instituições políticas brasileiras. Entretanto, considero que ela, se não ocorrer, não causará um desastre nacional. E se for para produzir um resultado que diminua a representação popular, aí é melhor que não ocorra.

Consequentemente, o que deveremos procurar construir é um novo sistema eleitoral que melhore a participação popular, que reduza o peso do poder econômico (reduzindo o custo das campanhas) e que melhore a eficiência do sistema representativo.

Mas antes de discutir como poderia ser uma reforma política aperfeiçoadora, considero imprescindível desmistificar a concepção que considera a falta de representatividade política que o atual sistema detém como uma má formação ahistórica, algo mecânico, que poderia ser corrigido por meros reparos legais.

O problema é muito mais complexo. A despolitização reinante em amplos segmentos sociais, desde a base até a muitos subsetores médios, tem raízes sociológicas, ideológicas e políticas profundas. O período autoritário não foi apenas - e já seria muito! - de supressão de liberdades, mas também, e principalmente, de quebra do fio histórico de muitas lutas sociais e políticas, construtoras da identidade nacional. 

Após a redemocratização o processo de alienação da consciência nacional prosseguiu avante através de métodos mais sutis, porém mais eficientes de despolitização das massas.

Dou alguns exemplos.

O fim do sistema seriado de ensino nas universidades e sua substituição pelo sistema de créditos, onde os alunos "pagam" cadeiras ao invés de apreender seus conhecimentos, fragmentou as universidades e estabeleceu forte golpe na dinâmica sócio-política dos movimentos estudantis, berçário istórico de tantas lideranças políticas de nosso país forjadas em lutas durante o período do pós guerra até a primavera de 68. O fato ocorreu em 1972, com Médici no poder e Jarbas Passarinho no Ministério da Educação.

Outro exemplo: o esmagamento da MPB que, na redemocratização se colocava com majoritária presença na preferência popular foi sendo cubstituída pela música americana ou nacional de quinta categoria, impostas por fortíssimos esquemas de divulgação, portanto de massificação através de uma mídia subordinada aos jabás e outras formas de controle econômico. Reduziu-se a voz de nossos artistas de raiz, sempre prontos a cantar as lutas do povo, por sons mecânicos, línguas incompreensíveis ou produções nada artísticas, aquilo que Alceu Valença chama com propriedade de "fuleragem". Esta virada ocorreu nos anos 90 e a desvalorização de nossa música continua até hoje pelas forças de um mercado nada independente, moldado pelas gravadoras e emissoras. Cultiva-se assim a alienação política e o preconceito. 

Por fim, há de se considerar o sistema partidário em si e sua história. O fim dos partidos políticos promovidos pelo golpe de 64 e as sucessivas medidas de cerceamento do parlamento, inclusive o seu fechamento quando do AI5 e as muitas reformas políticas autoritárias criadoras de instrumentos como a sublegenda, destruíram o liame histórico, a continuidade político-partidária e praticamente empurraram a esquerda à luta armada, mais grito agônico de revolta que processo de construção de novos desenhos partidários de massa e democráticos.

A derrota destes agrupamentos consolidou o vazio político que não foi preenchido jamais pelo MDB, mesmo este tendo se transformado em tribuna na qual alguns bradavam por liberdade. O vácuo partidário, do ponto de vista da capacidade de gestarmos processos amplos e orgânicos de transformação estava implantado. 

A anistia e a redemocratização vieram como processo dúbio - de um lado respondendo a anseios de amplos setores médios da sociedade, ávidos por liberdade, mas também fruto de estratégia cuidadosamente urdida no laboratório do senhor Golbery, significando, por sua sinuosa forma lenta gradual e segura, o abandono voluntário do autoritarismo e sua substituição pela institucionalização democrática formal, capaz de tocar para frente o processo político e econômico sem riscos das rupturas tão temidas pelas elites e pelo Departamento de Estado norte americano.

Quem pensa que o povo nas ruas, a clamar por Diretas Já, da mesma forma que fariam os caras pintadas a exigir a cassação de Collor, quem pensa que estes movimentos de massa substituíram o esfacelamento do fio da historia promovido pela ditadura está muito enganado. Foram belos movimentos sim, democratizantes sim, mas incapazes de recompor a fratura causada pela censura, pelo desmantelamento armado não só das organizações foquistas, mas também do PCB que entendeu a época que havia de se perseguir o ligar-se a base social operária, camponesa e média do país, sem luta armada e que, não obstante e talvez por isso mesmo, teve sua direção nacional dizimada a bala.

Agora, que discutimos a tal reforma política e quando os meios de comunicação não cansam de bradar sobre a falência do nosso modelo de representação popular, não podemos nos esquecer que todas as fragilidades de nosso sistema foram criadas por este processo de rompimento da ordem democrática materializado pela deposição de Jango em 64 e de redemocratização capenga, promovida 20 e, poucos anos, depois sob o comando dos coveiros da democracia.

É verdade que, com a redemocratização, a sociedade brasileira produziu novas alternativas partidárias. De Brizola surrupiaram o PTB que tentou refundar e acabou em mãos, à época, que não se comprometiam com a tradição trabalhista de Getúlio. Funda-se o PDT que tenta restabelecer aquela tradição sem, no entanto, lográ-lo. É que os tempos eram outros, houvera o milagre econômico dos anos 70 e surgira uma afluente classe média ancorada no novo modelo de consumo concentrado, nascera uma nova classe operária no ABC paulista, tributária deste mesmo modelo, pois fabricante do maior ícone do novo padrão de consumo concentrador - o automóvel. 

Nasce aí o PT que agrega outras forças políticas de esquerda, remanescentes da luta contra a ditadura. De todos os partidos é o que melhor se coloca no novo momento, pois não tenta restabelecer o passado rompido, mas construir o futuro. Mas é segmentado e, no início, pouco representativo do complexo social nacional. 

Como o PDT, o PSB que fora no passado partido de uma elite intelectual de esquerda, abriga Arraes, o que lhe da dimensão política, mas não consegue lhe conferir, como Brizola ao PDT, caráter de partido de massas. Como disse, os tempos eram outros. 

Logo adiante surge o PSDB que intenta ser partido social-democrata para logo se tornar partido de centro-direita, pelo caráter elitista de seus quadros e pela natureza conservadora de sua aliança estratégica com os
herdeiros da Arena. 

Não pretendo aqui fazer a análise dos partidos no Brasil a partir da Nova República, mas apenas afirmar que o quadro partidário atual traz consigo a marca indelével da destruição autoritária do antigo sistema e das limitações de uma redemocratização tutelada. Pensar que os males do nosso sistema representativo são defeitos da norma legal que podem ser corrigidos por uma reforma nas leis é, no mínimo, ilusão. O que só a luta política pode conferir a lei, por si só não consegue criar. Afinal a lei, para ter alma, deve emanar da vontade popular. 

Não se trata de aprovar a Reforma de qualquer maneira, portanto. Só vale a pena aprová-la se a alma não for pequena e, se desta reforma, pudermos retirar avanços sociais e políticos para o país que detenham a legitimidade que só a vontade social pode outorgar.

Fonte: Carta Maior