Ao contrário de alguns fanáticos, o Presidente Nacional do Democratas, Rodrigo Maia, afirmou o seguinte: " As eleições já perdemos. Mas não podemos perder o caráter."
Ou seja, Dilma será presidente do país.
O QUE ESTÁ EM JOGO
Medidas tomadas antes da crise mundial desobstruíram os canais do consumo popular no Brasil no 2º mandato do governo Lula , mas ninguém ousava dar aos fatos o corolário redefinidor de uma nova estratégia de crescimento. Em 2008, quando o comércio internacional desabou, a metamorfose adquiriu nitidez plena e a ficha caiu. A demanda doméstica estava ineditamente preparada para assumir a liderança da engrenagem produtiva nacional, reservando-se às exportações o papel essencial de contrapeso aos desequilíbrios externos inerentes aos grandes ciclos de expansão econômica. Não se trata apenas de um ajuste de ênfase, mas de um novo encadeamento entre forças econômicas e políticas da sociedade. Os fatos desmentiram o dogma neoliberal de que era impossível engatar o comboio do crescimento a outra locomotiva que não a do comércio exterior. Consolidou-se assim a margem de manobra ideológica para a emergência de uma dinâmica que ganharia legitimidade progressiva dentro e fora do governo. Protagonistas desse processo, entre eles o próprio Presidente da República, viram desfilar pedagogicamente diante de seus olhos os resultados benignos de impulsos heterodoxos até então vetados pelo dogma neoliberal. É essa travessia histórica impulsionada por um crescimento de vigor e consistência desconhecidos no país nos últimos 40 anos -embalado, ademais, pela potencialidade do pré-sal, que reforça o equilíbrio das contas externas-- que adiciona frescor à candidatura Dilma Rousseff. É ele também que impõe à sucessora de Lula ir além da mera continuidade para aprofundar, injetar equilíbrio e garantir o longo curso a esse modelo. Por razões opostas, é essa mesma engrenagem que espreme o horizonte histórico do candidato José Serra a ponto de quase esgana-lo, privando-o de um discurso pertinente. Ora udenista, ora ‘lulista', mas permanentemente desprovido de um catalisador que o legitime como alternativa de futuro, Serra depende cada vez mais de uma escandalização do processo eleitoral para alavancar seu nome. Essa guinada lacerdista é a alternativa defendida abertamente pela extrema direita que compõe a coalizão demotucana, amplificada por veículos de imprensa conhecidos. Nessa borda do desespero avulta o impasse pela escolha do vice que deve compor a chapa do conservadorismo brasileiro.
Fonte: Carta Maior
Situação do Brasil antes e depois.
| Nos tempos de FHC | Nos tempos de LULA | |
Risco Brasil | 2.700 pontos | 200 pontos | |
Salário Mínimo | 78 dólares | 210 dólares | |
Dólar | R$ 3,00 | R$ 1,78 | |
Dívida FMI | Não mexeu | Pagou | |
Indústria naval | Não mexeu | Reconstruiu | |
Universidades Federais Novas | Nenhuma | 10 | |
Extensões Universitárias | Nenhuma | 45 | |
Escolas Técnicas | Nenhuma | 214 | |
Valores e Reservas do Tesouro Nacional | 185 Bilhões de Dólares Negativos | 160 Bilhões de Dólares Positivos | |
Créditos para o povo/PIB | 14% | 34% | |
Estradas de Ferro | Nenhuma | 3 em andamento | |
Estradas Rodoviárias | 90% danificadas | 70% recuperadas | |
Industria Automobilística | Em baixa, 20% | Em alta, 30% | |
Crises internacionais | 4, arrasando o país | Nenhuma, pelas reservas acumuladas | |
Cambio | Fixo, estourando o Tesouro Nacional | Flutuante: com ligeiras intervenções do Banco Central | |
Taxas de Juros SELIC | 27% | 11% | |
Mobilidade Social | 2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza | 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza | |
Empregos | 780 mil | 11 milhões | |
Investimentos em infraestrutura | Nenhum | 504 Bilhões de reais previstos até 2010 | |
Mercado internacional | Brasil sem crédito | Brasil reconhecido como investment grade |
Um dos argumentos utilizados pela direita nestas eleições é o de que Dilma Rousseff não teria preparo para ser Presidente da República. Gostam de dizer que ela não tem experiência executiva, ignorando seu sucesso à frente de dois ministérios estratégicos.
Já Serra diz que se preparou a vida toda para ser presidente e usa sua experiência como governador para se mostrar mais capaz para o cargo.
Coloco dois vídeos que mostram de forma muito clara quem está mais preparado para ser o principal dirigente do país. É impressionante ver que Dilma, a quem acusam de tecnocrata e burocrática, discorre com segurança sobre as oportunidades que o país tem e como pretende conduzi-lo, enquanto Serra, mesmo tratando do que seriam as seis prioridades de seu governo, lê, gagueja e pronuncia um discurso vazio. Obviedades, como o comércio exterior é uma variável crucial e meio ambiente veio para ficar (?????)
Também é contrastante a expressão viva e empolgada de Dilma, sinal de quem está com disposição para comandar o país, e o ar severo e o tom monocórdio e entediante de Serra, como um burocrata que fala de forma protocolar.
Parecia uma apresentação para a diretoria. Quem sabe para ele talvez fosse, já que falava para os principais empresários do país, no fórum da revista Exame.